domingo, 11 de outubro de 2009

a importância do marketing


A questão não é propriamente a crise mas o que fazer para ultrapassá-la. Boas ideias dão bons resultados como se vê neste filme. Alguém tem ideias para vender? Estou a precisar de algumas.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

(re)encontro


Trabalho com base em índices feito para a disciplina de plasticidade da imagem

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Freedom






Auto-representação

Na auto representação a pessoa deixa de existir, passando a existir o que está a representar. O artista tem a oportunidade de criar estados psicológicos visuais para construir ou desconstruir uma imagem. Substitui-se assim o auto-retrato convencional por um que pode ser chamado de irreal.

Um auto-retrato não é como um sonho, é como simulações de imagens de sonhos. O artista é manipulado, puxado e reconstruído num outro “estado” que não é real mas que caminha ao seu lado. Há portanto, uma multiplicação de personalidades, alter ego, representação de uma fantasia, é sempre um outro que é confrontado na auto-representação.

As minhas fotografias de auto representação são de uma performance feita por mim em 2003. Há aqui um acto de representação. Neste caso represento um ser não definido que se assemelha a um pássaro mas que vive preso numa gaiola e procura a liberdade. Embora no momento da performance fosse eu que estivesse ali consciente de mim, eu estava a representar uma personagem que vive fora de mim. Naquele momento viveu dentro de mim. Eu era o pássaro preso, triste, sozinho e em busca da liberdade

Pode-se concluir que na Auto-representação, existe uma vontade de desdobramento da personalidade em várias facetas, isto é, em várias identidades. Existe a divisão do Eu em vários Eus. Isto é explicado por Rimbaud no seu “Je est un autre” que assim coloca de fora a identificação ficando completamente livre.

Com maquilhagem ou mudança de roupas, o Eu pode-se tornar qualquer pessoa. O imaginário torna-se numa imagem. Dá um significado diferente ao aspecto do Eu. Foi precisamente o que aconteceu na minha auto-representação, a maquilhagem e figurinos reforçaram minha a encarnação naquela personagem. Ou seja, o aspecto exterior ajuda a criar um estado interior que não nos pertence mas sim à personagem que representamos.

Relativamente aos seus trabalhos Helena Almeida diz: “Não são auto-retratos pois não encontro neles a minha “subjectividade” mas sim o meu “plural” que faço comparecer numa espécie de cena.” Refere ainda que executa encenações dentro do seu espaço pictórico, considerando a sua tela como se de um palco se tratasse, onde surge como sendo uma ficção. Fala-nos de cenas e de narrativas , como se descrevesse uma cena em cima de um palco. Diz ”ser uma irrealidade”. No caso da minha auto-representação, ao contrario do caso de Helena Almeida, a acção não foi feita para ser registada em fotografias e para a obra apresentada ao público ser a fotografia, mas sim o oposto. Primeiro houve a ideia da acção e houve a representação e a fotografia acaba por surgir como consequência da acção e apenas para registo, não para servir como obra final. No entanto, não deixa por isso de ser auto-representação, pelo contrario, ainda reforça mais este conceito.

As fotografias estão a preto e branco para aumentar o contraste entre a minha personagem e o mundo que a rodeia e também para reforçar a ideia de irreal. São aqui apresentadas cinco fotografias porque achei que uma não seria suficiente para construir uma narrativa e porque estas imagens complementam-se umas às outras funcionando o conjunto como uma só auto-representação.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Auto-representação



Trabalho de grupo feito para a disciplina de fotografia e identidade por CÂndida Calongo, Inês Assis e Sofia Gião.

colour_bubble # 57


No auto-retrato deparamo-nos com muitas questões, não é simplesmente olhar para outro rosto interpretado por um artista. Aqui, o artista e o sujeito são a mesma pessoa, portanto a dinâmica de interpretar, ler, analizar, envolve um ciclo de olhar para si próprio, representar-se a si próprio, revelar-se perante si próprio e ter um acto de auto-criação.
Enquanto que numa fotografia normal o artista tem apenas de se preocupar com a superfície que fica registada, num auto-retrato ele tem de conseguir ir além dessa superfície. As questões que se põem aos artistas é como é que eles conseguem ir mais além da superfície quando muitas vezes não há nada mais do que a superfície para trabalhar. Como a superfície é tudo o que há para ver e só se pode ver para além da superfície se esta for trabalhada, muitos artistas trabalham-na através da manipulação, gesto, expressão, roupa, maquilhagem etc.
O auto-retrato é uma representação do “eu”, um substituto que tomará o meu lugar, falará por mim, uma espécie de delegação do “eu”. Um auto-retrato nunca mostra tudo de uma pessoa, mostra apenas o que se quer mostrar, ou um estado de espírito, ou uma emoção ou uma faceta da pessoa ou até vários destes aspectos ao mesmo tempo. Pode tentar mostrar a essência do retratado mas uma personalidade é algo de tão complexo que não cabe toda numa só fotografia.
No meu auto retrato tentei transmitir o meu estado de espírito nesta fase da minha vida em que pela primeira vez estou grávida. É uma experiencia nova para mim e é também um estado de espírito constante. Sinto-me feliz, tranquila, relaxada e fisicamente sinto-me cheia, como uma bolha, mas ao mesmo tempo leve como uma bola de sabão. Fotografei-me na banheira cheia de água para transmitir precisamente a ideia da água, sinto que toda eu sou água. Por outro lado um banho de espuma transmite sempre a ideia de relaxamento. As laranjas também elas redondas e cheias, com as palhinhas são também para reforçar a ideia de lazer e de bem estar, é como estar ao ar livre a beber um sumo de laranja. Os óculos de sol servem também para reforçar o lazer, o ar livre, o relaxamento, a ideia de esplanada, de praia, no fundo, o bem-estar. Com as cores vivas da fotografia, das laranjas, toalhas, óculos, unhas, frasco das bolas de sabão, quis mostrar o meu lado mais pop e a minha forma colorida de ver a vida e de a viver.
Para chegar a esta fotografia foram tiradas 76. A encenação, posicionamento da câmara e enquadramento foram definidos por mim. O mais difícil neste processo foi encontrar a luz que eu queria que era uma luz muito clara e fresca para contrastar bem com as cores e mesmo para dar aquela ideia de banho igual a frescura.
O resultado final ficou exactamente como eu tinha imaginado, consegui transmitir o que queria e penso que esta fotografia mostra uma boa parte de mim neste momento da minha vida.