sábado, 22 de novembro de 2008

o corpo fragmentado


“A fotografia afecta a nossa maneira de ver pensar e interessei-me em investigar a forma como a realidade é representada na fotografia” David Hockney

Este retrato é feito com base na experimentação. Inspirei-me no trabalho fotográfico de David Hockney que também foi o resultado de investigações e experimentações que levaram a um conjunto de obras que têm como base a unificação da imagem através da fragmentação/ reprodução da mesma.

David Hockney foi um dos grandes contribuidores da Pop Arte. Nasceu em Inglatera em 1937 e foi um dos artistas mais versáteis do séc. XX, foi pintor, fotógrafo, cenógrafo e designer. A sua dedicação à fotografia deu-se sobretudo entre 1982 e 87 . Hockney fazia composições com fotos. Realizou fotocolagens constituidas de múltiplas Polaroides com o objetivo de formar mosaicos. Alterava o espaço fotografado dando ao observador uma imagem manipulada e alterada da realidade.

Este trabalho foi baseado na experimentação de Hockney também com o objectivo de mostrar outras potencialidades do espaço/ retrato, alterando a realidade. O uso da Polaroid deve-se ao facto de estas fotografias estarem sempre mais ligadas a um modo de expressão artística. O resultado destas fotografia nunca é previsível e é sempre surpreendente, quer pelas suas cores, quer pelo ângulo retratado, quer pela focagem ou ausencia desta.

Ao retratar um corpo fragmentado é criada uma nova posição e perspectiva do corpo. O facto de haver na montagem das polaroides espaços vazios obriga o observador a utilizar a imaginação criando linhas e formas de ligação das fotos. Um corpo a dormir numa cama, remete para o sonho, a forma mais distante da realidade, é quando o consciente está mais ausente. Ao mesmo tempo, um corpo a dormir está numa posição relaxada, não pensada, quase natural de mais para ser retratado.

Este retrato acaba por ter dois planos de existência, duas realidades, a que é captada pela polaroide e a que é captada pela montagem, estando os dois intimmente ligados através do elemento comum que é a cama.

Aqui são apresentados dois retratos, um mais pormenorizado e óbvio que o outro, resultados distintos obtidos através da mesma experiência. Um deles remete mais para imaginação e para o “não real” do que outro. O retrato pretende assim uma fuga à realiade através da alteração da mesma, altera-se o corpo, o espaço, as dimesões e a perspectiva. É um exercício que leva à imaginação e a uma nova percepção do corpo.

2 comentários:

dan disse...

estão muito fixes estas fotos (e as da areia também).
sim senhora!-)

inês disse...

Obrigada :) e já viste a tua foto no filme retrato e anónimo?? :)
bjo